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A Pedra de Sapo

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    “Sweet the uses of adversity. Which, like the toad, ugly and venomous, Wears yet a precious jewel in his head”. SHAKESPEARE. As You Like It (1623) Redonda, lisa e de aspecto bulboso, a bufonite era uma pedra formada nas entranhas da cabeça de um sapo grande e velho. Da família dos bezoares, a pedra possuía diversas propriedades mágicas relacionadas à cura e fez muito sucesso durante a Idade Média e Renascimento. Como o sapo era considerado um animal extremamente venenoso e cheio de más intenções, ilustre familiar das bruxas e ingrediente indispensável de poções, a mais famosa dessas propriedades era a de ser um antídoto universal contra... venenos ! Similia similibus curantur, coisas semelhantes curam-se com coisas semelhantes. Principio básico de magia. Thomas Lupton, autor elisabetano de A Thousand Notable Things (1576), nos informa que o mero toque desta pedra no corpo do enfermo já seria suficiente para livrá-lo de toda dor e sofrimento: “A Tode stone (called Crapandina) t

Leprechaun

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E mbora essas fadas do folclore irlandês passem a maior parte do tempo fabricando sapatos, não é segredo para ninguém que os leprechauns tam­bém vigiam antigos depósitos subterrâneos de ouro e outros tesouros. Segundo a lenda, os humanos podem partilhar essas riquezas, mas só se forem espertos o bastante para capturarem um leprechaun e obrigá-lo a ceder suas riquezas em troca da sua liberdade. Isso não é nada fácil, pois esses homenzinhos (só existem leprechauns machos) são extremamente espertos e em geral descobrem um jeito de passar a perna nos humanos. Um conto típico começa com um viajante que parte no encalço de um leprechaun , depois de ouvir um som fraco de marteladas, vindo de uma floresta fechada ou de uma campina. Quando descoberto, o leprechaun costuma mostrar-se bem amistoso, até seu visitante pedir que revele a localização do seu ouro. Aí ele pode ficar furioso, negar que tenha ouro, apontar para um enxame de abelhas imaginário, para uma árvore à beira de

O Sapateiro e seus Elfos

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E ra uma vez um sapateiro trabalhador e muito honesto, mas que não conseguia ganhar o bastante para viver. Finalmente, um dia, por circunstâncias que fugiam de seu controle, acabou perdendo tudo o que possuía no mundo, com exceção de um pedaço de couro suficiente para fazer apenas um par de sapatos. Naquela noite, o sapateiro cortou o couro e o estendeu sobre sua mesa de trabalho, pretendendo levantar-se cedo pela manhã e terminar o serviço. A sua consciência, apesar dos problemas, estava limpa e o seu coração estava leve, pois ele sabia que sempre havia feito o seu melhor. Assim, foi pacificamente para a cama, deixando tudo ao cuidados dos Céus, e adormeceu. Na manhã seguinte, após ter feito as suas orações, sentou-se para começar o trabalho quando, para grande surpresa sua, ali estavam os sapatos já feitos, em cima da mesa. Eram idênticos aos que ele fabricava! O bom homem não soube o que pensar perante tão estranho acontecimento. Como aquilo era possível? Observou minuncio

O Rapto de Perséfone

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A história se passa logo após os deuses do Olimpo, liderados por Zeus, terem travado a famosa luta contra os Titãs, brigando pelo domínio do mundo. Quando os olimpianos finalmente conseguiram vencer os Titãs, lançando-os ao Tártaro, um novo inimigo ergueu-se contra eles: os gigantes Tifon, Briareu, Encélado e companhia. Alguns tinham cem braços, outros respiravam fogo. Afinal, foram vencidos pelos deuses e enterrados vivos no Monte Etna, de onde até hoje lutam para escapar, sacudindo a ilha com os terremotos. Sua respiração de fogo sai através das montanhas e é o que os humanos chamam de erupção vulcânica.  Zeus contra o gigante Tífon A queda dos gigantes abalou de tal modo a terra que alarmou Hades, o deus do submundo, e o deixou receoso de que seu reino pudesse ser aberto à luz do sol. Apreensivo, montou em seu carro puxado por cavalos negros e viajou pela terra, a fim de avaliar a extensão dos danos.  Porém, o sombrio monarca não passou desapercebido por Afrodite, que

Poema das Nove Árvores

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Poem of Nine Woods "Nine woods in the cauldron go,  burn them fast and burn them slow. Birch into the fire goes to represent what the Lady knows. Oak towers the forest with might  in the fire brings the God's insight. Rowan is a tree of power causing life and magic to flower. Willows at the waterside stand  to aid the journey to the Summerland. Hawthorn is burned to purify  and draws faery to your eye. Hazel, the tree of wisdom and learning  adds its strength to the bright fire burning. White are the flowers of the apple tree  that brings us the fruits of fertility. Fir does mark the evergreen  to represent immortality unseen. Elder is the Lady's tree  burn it not, or cursed you'll be!" Anonymous Poema das Nove Árvores "Nove são os ramos lançados ao caldeirão  ferva-os depressa, ferva-os com lentidão. A Bétula ao fogo é levada para representar o que sabe a Sen

As Hamadríades

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O termo "dríade" está etimologicamente ligado à palavra  drýs , carvalho. O prefixo  háma , por sua vez, quer dizer "com, ao mesmo tempo, simultaneamente". Então, uma  hamadríade  é "aquela que existe simultaneamente com o carvalho". De acordo com a Mitologia Grega, essas ninfas viviam dentro das árvores, das quais podiam emanar,  se quisessem, e eram suas guardiãs e protetoras. Diferentes das outras ninfas (Náiades, Oréades, Dríades e Nereidas), que eram imortais, esses seres nasciam junto com a árvore e partilhavam suas características, humor e destino. Caso a árvore fosse cortada ou morresse, a hamadríade também morria. Árvore e ninfa, portanto, eram indissociáveis - inclusive no quesito físico. Uma hamadríade jamais poderia viver longe de sua árvore. Era vista frequentemente sentada em um galho, cantando ou conversando com os animais, ou, mais raramente, caminhando nos arredores.  Mas atenção! Não se deve confundir as ninfas  d